DIÁLOGO SOBRE CRIANÇAS E PALMADAS
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DIÁLOGO SOBRE CRIANÇAS E PALMADAS




Niestévisky caminhava calmamente pela calçada quando se deparou com uma cena que chamou a sua atenção. Ele viu um pai que repreendia seu filho e lhe dava algumas palmadas leves como castigo. Não suportando ver aquilo, Niestévisky aproximou-se do homem e lhe disse:

Niestévisky: Senhor, ordeno que pare já com essa brutalidade!
Pai: E posso saber quem é você para se achar no direito de me dar ordens?
Niestévisky: Ora, eu sou Niestévisky!
Pai: Senhor Niestévisky, desculpe, não o reconheci. O senhor está diferente... não sei... seus cabelos estão diferentes...
Niestévisky: Estão sim, fiz alisamento japonês.
Pai: Hum, ficou bom. Custou caro?
Niestévisky: Até que não muito, na verdade eu achei barato levando em consideração o ótimo resultado que obtive e... Ora, pare de tentar desviar o assunto, seu bruto! Onde já se viu, um homem do seu tamanho batendo em uma frágil criança!
Pai: Mas é para o próprio bem dele, o senhor deve saber que às vezes são necessárias uma palmadas para se educar um filho.
Niestévisky: Não senhor! A violência não leva a lugar nenhum, além disso, o máximo que o senhor conseguirá com isso será traumatizar o pobre menino.
Pai: Não seja tão dramático. Um pouco de castigo físico leve, aplicado na hora certa não vai traumatizar ninguém.
Niestévisky: Ora meu amigo, pois saiba que uma vez, quando eu era menino, meu pai retirou a própria cinta que estava usando e me bateu com ela, e mesmo não tendo doído quase nada, carreguei o trauma por muitos anos.
Pai: Ah não, o senhor me desculpe, mas está exagerando novamente! Uma surra de cinta, que como o senhor mesmo disse, nem doeu, não causa trauma em ninguém. Eu mesmo, apanhei muitas vezes com a cinta do meu pai e não tive trauma nenhum. E afinal, por que o senhor ficou traumatizado?
Niestévisky: Era uma cinta-liga.
Pai: … bem... nesse caso eu retiro o que disse... Mas mesmo assim, o moleque mereceu umas palmadas!
Niestévisky: Mas o que essa pobre e inocente criança fez?
Pai: Pegou uma pedra e riscou um carro.
Niestévisky: Bem, isso é errado, mas não se resolve um erro cometendo um outro. O senhor fale com o dono do carro, explique o que aconteceu, com diálogo tudo se resolve. Se quiser eu mesmo falo com ele. Qual é o carro?
Pai: (apontando) Aquele ali.
Niestévisky: Qual? Aquele fusca?
Pai: Não, o outro. A brasília.
Niestévisky: Aquela brasília verde?
Pai: Isso mesmo.
Niestévisky: A minha brasília verde?!?!

Nesse momento encerra-se o diálogo. Como informação complementar, deixo registrado que foi necessário 5 homens para segurar Niestévisky, que num acesso de fúria, enquanto proferia algumas palavras que não podem ser reproduzidas aqui, tentava acertar o moleque com a sua bengala.




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