DIÁLOGO SOBRE DIALOGAR COM O CACHORRO.
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DIÁLOGO SOBRE DIALOGAR COM O CACHORRO.






Um rapaz chega para Niestévisky e diz:


Rapaz: Oh grande sábio, preciso de seus conselhos.

Niestévisky: Sobre o que?

Rapaz: É que eu acho que meu pai está ficando louco.


Ao ouvir isso Niestévisky apanha uma pequena caderneta do seu bolso e se prepara para fazer anotações sobre o caso.


Niestévisky: Certo, isso é realmente um problema. Mas por que você acha que seu pai está louco?

Rapaz: Porque ele conversa com o cachorro.

Niestévisky: Sei, mas preciso te dizer que até aí não há nada de mais, muitas pessoas conversam com seus cachorros, eu mesmo falo com os meus de vez em quando. Isso só revelaria algum problema mental do seu pai se o cachorro respondesse.

Rapaz: Aí é que está o problema, ele me disse que o cachorro responde!

Niestévisky: Bem, se o seu pai afirma que o cachorro responde...

Rapaz: Não mestre, foi o meu gato que me disse.


Ao ouvir isso Niestévisky olha para o céu, esfrega a mão pelo rosto, pensa por alguns segundos, amaldiçoa mentalmente a vida e diz:


Niestévisky: (tentando se livrar logo do rapaz) Ah, então está explicado. Cães e gatos são inimigos naturais. Ele deve estar apenas fazendo intriga para prejudicar o cachorro. Em todo caso, continue de olho em seu pai, só para confirmar.

Rapaz: Vou tentar, mas eu ando muito ocupado cuidando da minha mãe, sabe, ela está sempre sozinha, precisa de companhia, coitada.

Niestévisky: Pobre senhora, a solidão é um sentimento difícil de suportar, mas talvez se ela conversasse mais com o seu pai, ele parasse de falar tanto com o cachorro. Resolveria dois problemas de uma vez só.

Rapaz: Não, Mestre, eles não se falam mais desde que ela o deixou.

Niestévisky: Ah, entendo... E eles se separam faz tempo?

Rapaz: Já faz 5 anos.

Niestévisky: E a separação teve alguma relação com o fato do seu pai conversar com o cachorro?

Rapaz: Não senhor, naquela época ele não fazia isso.

Niestévisky: Sei, e qual foi a causa do divórcio?

Rapaz: Não foi divórcio. Eles pararam de se ver depois que ela morreu.

Niestévisky: (perdendo a paciência) Ai meu Deus do céu! Mas que louco filho de uma...


A última palavra o mestre disse apenas sussurrada, mas pode-se facilmente imaginar qual é.


Rapaz: Desculpe, não ouvi direito. Filho de uma o quê?

Niestévisky: (disfarçando) Filho de uma mãe sofredora. Pobre coitada, tão solitária.

Rapaz: É verdade, tenho pena dela. Mas ouvi o senhor dizer “louco” também.

Niestévisky: Sim, eu disse, ouviu bem. Você é louco! Louco de amor pela sua querida mãezinha.

Rapaz: Ah, sou sim. Mas então mestre, afinal de contas, o que devo fazer sobre isso tudo?

Niestévisky: Bem, façamos o seguinte, vá para casa e me traga o cachorro aqui.

Rapaz: Por quê o cachorro?

Niestévisky: É que agora que conheço melhor a sua família, acho que é pobrezinho que precisa de ajuda. Só espero que não seja tarde mais...



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