Desimportância
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Desimportância


Por querer fazer diferente, ele tem uma razão. Discursou suas vontades e tentou fazê-la acreditar que tudo estava normal. Ela acreditou. Ou na realidade, fingiu acreditar para evitar mais desgate, pra evitar que todas as noites de lágrimas em claro voltassem. E o peito apertou, porque não conseguia viver sem verdade, não conseguia viver sabendo que estava se enganando. Ela começou a fazer planos, queria salvar tudo que ainda pudesse: o que não valia pra essa relação.
Enganou-se por mais tanto tempo que não sabia se merecia ou não o que estava passando. Ela gostava de sentir que tudo fazia mal, porque ao menos ela sentia que ainda se importava. E porque querer sempre tanto retorno? Ela era carente, estava mais carente que nunca e ninguém conseguiria adivinhar metade dos medos que estava sentindo, medos que não confessava pra ninguém, medos que apenas uma pessoa conseguiria desfazer com um pouco de conversa, medos que esse alguém nem sabiam que existiam e, pra ela, na realidade, parecia que o que quer que ela sentisse não fazia mais diferença alguma. Não gostava de ser ignorada, mas fazia de tudo pra não cair em certas armadilhas. Sabia ela que a desistência de uma luta de muito tempo estava chegando à porta, mas não sabia se deveria esperar as palavras ou tomar a atitude. Tinha medo de ser precipitada. Tinha medo, como sempre. Estava cansada de viver com medo. Estava cansada de sentir que não era mais suficiente, enquanto nada mais poderia ser suficiente para ela.
Não tinha por que razão apontar culpa. Não tinha razão. Só queria voltar a respirar e não esquecer o que havia sido bom, porque o bom foi perfeito. Mas o descaso matava qualquer possibilidade. Depois que os cordões são cortados, não há nó que faça voltar ao início perfeito. Ela não sabia escolher se aturava o nó, ou se jogava fora o outro pedaço do cordão. Respirou, pensou, não havia jeito. O que sentia era muito forte e ela poderia continuar fingindo para, ao menos na sua ilusão, ser feliz.



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